Ó mãos que beijam a terra
na fértil esperança da semente efémera!
Fostes feitas para trazer do futuro
as rugas que o tempo espera.
As rugas que o tempo espera
são lágrimas que o suor ampara.
Ó mãos que beijam a terra,
deixai para trás a miséria,
brindai pela paz,
(a fartura é inimiga da guerra).
Ninguém vos pode vencer!
As mãos que beijam assim
são livres de escolher.
— Dá-me a tua mão;
se quiseres,
juntos seremos a terra
que mais ninguém quis ser.
Poema de Ricardo Jorge Claudino,
publicado a 12/02/2021 no jornal Tribuna do Alentejo